Sexta Feira 25. Março 2011 10:00 Tempo: 202 days
Refugiados da Costa do Marfim esperam ser registrados pelo ACNUR em um campo no leste da Libéria.
GENEBRA, 25 de março (ACNUR) – A
continuidade e a evolução dos conflitos na Líbia e na Costa do Marfim
estão provocando o deslocamento massivo de milhões de pessoas, advertiu
hoje o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).
Na
Costa do Marfim, o ACNUR estima entre 700 mil e um milhão de pessoas já
se deslocaram dentro do país – além dos mais de 100 mil marfinenses já
registrados pela agência na vizinha Libéria – por causa da violência
pós-eleitoral iniciada no ano passado.
Na
Líbia, as primeiras estimativas de deslocamentos internos totalizam
mais de 25 mil pessoas, sendo que outras 351 mil já deixaram o país
desde o início dos conflitos entre forças leais e de oposição ao
governo.
Segundo
a porta-voz do ACNUR em Genebra, Melissa Fleming, os deslocamentos
forçados na Costa do Marfim ocorrem principalmente em Abidjan, capital
do país. Já na Líbia, o problema tem sido verificado principalmente nas
cidades de Al Butwen e Derna.
Os
conflitos nestes dois países geraram crises humanitárias que estão
sendo respondidas pelo ACNUR e por outras agências, com o apoio da
comunidade internacional. A agência está presente tanto no norte como no
oeste da África, prestando assistência aos deslocados internos,
refugiados e outros grupos vulneráveis que fogem dos conflitos.
Na
Costa do Marfim, as famílias que fogem por temerem uma impossibilidade
futura de fuga devido ao conflito, como também por medo de serem mortas
por balas perdidas. Muitas pessoas alegam também que não possuem mais
recursos financeiros para lidar com a situação, devido ao fechamento de
bancos e negócios – o que também contribui para o aumento do desemprego.
Na fronteira com a Libéria, o ACNUR estabeleceu campos de refugiados e
continua registrando novas chegadas de marfinenses.
No
Egito e na Tunísia, o ACNUR administra campos de trânsito para os
estrangeiros que esperam ser repatriados para seus países de origem.
Mais de 60 mil pessoas já foram retiradas das fronteiras destes dois
países por meio de voos fretados, numa operação coordenada com a
Organização Internacional de Migrações (OIM). Cerca de duas mil pessoas
chegam à fronteira da Tunísia diariamente, enquanto que entre 1.500 e
duas mil pessoas – líbios e egípcios, em sua maioria – cruzam a
fronteira do Egito diariamente.
Segundo
Melissa Fleming, as condições de segurança na Líbia e na Costa do
Marfim tem sido um impedimento para o trabalho humanitário. Em
na cidade marfinense de Guiglo, o escritório do ACNUR foi saqueado na
quarta-feira passada por homens armados sem identificação. Eles levaram
três veículos, duas motocicletas, todos os móveis e equipamentos do
escritório. Outros veículos também foram roubados de várias outras
agências humanitárias na região.
“Por
sorte, ninguém ficou ferido. O ACNUR condena a pilhagem das
dependências da agência e reitera seu pedido de que todas as partes
protejam os civis e deixem de agredir deliberadamente as organizações
humanitárias”, afirmou Fleming.
Já
na Líbia, as ações humanitárias estão concentradas em áreas controladas
pelos opositores do regime, como a cidade de Benghazi, ao oeste do
país. Por meio da organização Crescente Vermelho, o ACNUR enviou para a
cidade dois comboios com suprimentos médicos, cobertores, colchonetes e
outros itens. “Temos um estoque no Egito suficiente para atender até 50
mil pessoas, mas não temos, neste momento, acesso para prestar ajuda
humanitária em outras partes da Líbia”, ressaltou a porta-voz do ACNUR.
Por: ACNURFonte: http://www.diariodaafrica.com/2011/03/deslocamentos-massivos-na-africa.html
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